Todos os anos, assistimos a um ritual inevitável: as mãos firmes do tempo viram as doze páginas do calendário, devolvendo-nos ao mês de dezembro. É um período marcado pela nostalgia, onde vasculhamos o “quartinho” de nossas memórias em busca de tradições favoritas e sentimentos queridos, expondo-os para o mundo ver. No entanto, há uma pergunta provocativa que precisa ser feita: se um intruso entrasse em nosso mundo e apagasse todas as luzes, retirasse os enfeites e silenciasse as festas, ainda assim seria Natal?
A resposta para essa inquietação é o ponto de partida para compreendermos a verdadeira essência desta celebração. A realidade do Natal não reside em coleções de objetos ou na atmosfera festiva, mas na pessoa de Cristo, o Filho de Deus. Frequentemente, trocamos a deslumbrante Estrela de Belém pelos pisca-piscas artificiais e nos contentamos com presentes temporais, esquecendo-nos de ansiar pela verdadeira “Vinda” que resolve as dores do mundo. O Natal é, antes de tudo, a celebração de uma decisão voluntária e graciosa de Deus, que não era obrigado a criar nem a redimir, mas o fez por amor.
Celebrar o Natal é também confrontar a realidade de nossos fins de ano, muitas vezes marcados por sentimentos mistos de esperança e desespero, ansiedade econômica e incertezas políticas. É comum sentirmos o coração desalentado e os joelhos vacilantes diante do futuro. No entanto, a mensagem do anjo aos pastores aterrorizados ecoa até hoje: “Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria”.
Devemos orar com gratidão, reconhecendo que, depois de todas as alegrias e tristezas passarem, o Natal permanece. A realidade imutável é que aquele pequenino Rei de Belém é o mesmo Jesus que reina hoje em nossos corações. Ele foi, é e será para sempre o Natal.
Pastor Jahyr E. Theodoro